quarta-feira, 18 de março de 2009

CCStop_deambulando..._Janeiro 09


[visualizar mais videos em: http://www.youtube.com/rocknstop ]

" Situado na zona oriental da cidade do Porto, em Portugal, o 'Stop Shopping Center', um dos ícones comerciais da cidade nos anos 80 é hoje um informal centro musical activo. Calcula-se que habitem no edifício cerca de 40 a 60 bandas de rock, funk, reagge, metal, hip-hop, etc. O ambiente é de música. Tresanda a criação! Houve quem lhe chamasse albergue das bandas, casa da música alternativa!
Porém, o Stop é hoje uma instituição com identidade própria e nada se identifica com albergaria ou asilo, e sendo casa da música alternativa, nada tem que ver como alternativa à regra. O Stop é a norma. Este espaço é mais uma das suas manifestações espontâeas.
"
[retirado do link: www.myspace.com/stopmusicenter]

Reflexão_[11 de Janeiro de 2009]

Após várias idas ao Stop (nos meses de Outubro a Dezembro), nomeadamente à Stop Store para falar com o André e com o Chico, que já os conheço há algum tempo dos Blackberry através dos bLUNDER…ensaiavam todos na mesma sala! Pensei que seriam um bom ponto de partida para o meu trabalho de campo, uma vez que a Stop Store é um ponto do CCStop por onde passam e se encontram muitas bandas, eles melhor que ninguém lá dentro poderão fornercer-me essas informações.
Apesar de toda a disponibilidade e amabilidade deles, sinceramente não sei muito bem por onde começar, se visito o Stop sem destino, se começo a assistir a ensaios, etc.
Na primeira visita a sério feita pelos corredores do Stop, transmitiu-me um ambiente deprimente, decadente de alguma frieza, ou como diz o João Paulo Ferreira no texto “Stop…the Bullshit”[http://www.porto.taf.net/arquivo/2005_02_13_blogporto.htm](…)um cenário digno de um ‘Mad Max’ candidato ao Fantasporto…o que lhe confere também um certo fascínio de marginalidade…”(…)
Não me recordo deste espaço como um centro comercial, nunca o frequentei como tal, da mesma época lembro-me vagamente do Brasília!
Tal como alguns dizem, o Stop é conotado como ‘banditismo’, ‘antro de marginais’, etc. Apesar da melancolia que ele transmite quando percorro os corredores, sem saber o que se passa naquelas salas completamente fechadas com papéis e cortinas escuras de cima abaixo, senti que não me transmitiu essa ‘marginalidade’ e ‘banditismo’. E ao contrário do que se assiste fora das salas, deu-me a sensação de existir uma vida imensa provocando-me uma imensa vontade de continuar a investigar o que se passa lá dentro: que bandas lá ensaiam? Quais os estilos de música lá produzidos? Como são as pessoas?
No vídeo captado durante esse percurso podemos ter a noção de que existe vida para além daquelas paredes envidraçadas (das antigas lojas), através do som que podemos ouvir.
(…)”Benvindo ao Stop Centro Comercial no Porto. Este que é talvez o maior viveiro de bandas de garagem em Portugal, recebe os seus visitantes com um ‘Benvindo’ de boca cheia! Para bom entendedor ‘qualquer’ palavra basta!”(…). [retirado do texto de David Pinto no link: http://www.porto.taf.net/arquivo/2005_02_13_blogporto.htm]



Anexos:


"De: Miguel Barbot - "Mais STOP"
Destaque a este artigo no DN (já com uns meses):
Centro comercial 'renasce' como viveiro de bandas

“Há uns anos em franco declínio, o centro comercial STOP, na Rua do Heroísmo, parece ter encontrado uma nova vocação: hoje, quando a actividade comercial que ali existe se resume praticamente ao piso de entrada, boa parte das lojas dos andares superiores serve de sala de ensaio para uma nova geração de bandas portuenses.”

”Repórter Estrábico e Pluto (dos ex-Ornatos Violeta Manuel Cruz e Peixe) são, por enquanto, a ponta do iceberg, mas há uma série de revelações na calha (...). A diversidade de estilos (pop, rock, jazz, funk, metal e por aí fora) não obsta a que o convívio se processe de um modo salutar, no pressuposto de que a união faz a força..”

E aqui temos o início da questão levantada pela Cristina:
“Outro problema tem a ver com a segurança do material, já que o simples abrir de uma porta pode revelar os instrumentos que se encontram na sala. (...) O receio, longe de traduzir um ensimesmamento dos grupos não significa também desconfiança na competência da equipa de seguranças, mas tão-só a consciência de que «pode haver tentativas de assalto». Por esse motivo é que «ninguém faz seguros de instrumentos no STOP»”

As soluções propostas:
“Nesse contexto, importa reter algumas das sugestões avançadas pelos músicos para a diversificação dos serviços ali prestados. «Os dois cinemas [STOP 1 e 2] podiam dar origem a uma boa sala de espectáculos e um excelente estúdio de gravação», propõe Azevedo, dos Mosh. «É um desperdício aquilo estar fechado». Num ápice, Chico dispara outra ideia: «Fazia jeito uma biblioteca de música. E, claro, havia aqui público para isso»”

[apontador directo] publicado por TAF : 14:16 "


"De: Miguel Barbot - "A propósito do STOP"
A propósito da discussão do CC STOP, dou um exemplo positivo da reconversão de um espaço semelhante: O Centro Comercial Sírius na Rua 5 de Outubro.O Sírius era uma estrutura, que embora de menor dimensão que o STOP, que esteve semi-abandonada até há bem pouco tempo. Sofria dos mesmos problemas, se calhar numa escala menos “perigosa”, mas estruturalmente e potencialmente, os mesmos problemas.O Gestor de Condomínio do Sírius, a dada altura, decide inverter a situação e promoveu uma feira de artesanato e produtos regionais temporária, tendo como base as lojas abandonadas do CC. Após este período e dado o sucesso da iniciativa, convenceu uma série de comerciantes e artesãos a fixarem-se neste centro, como forma de criar uma âncora para outros comerciantes do sector se fixarem neste espaço beneficiando do efeito de concentração.Assim, o Sirius para fazer face à adversidade e à concorrência, não ficou à espera do famigerado subsídio ou do proteccionismo das autoridades, e seguiu uma estratégia proactiva, tendo criado um posicionamento para o seu espaço e procurado explorar um segmento específico do mercado, tendo surgido o 1º CENTRO DE ARTESANATO NACIONALParalelamente, a responsável começou a negociar a possibilidade de abrir uma passagem nas traseiras para a Estação da Casa da Música, criando um corredor entre esta e a 5 de Outubro, gerando movimento indispensável tanto para o comércio como para gerar vida e afastar os possíveis frequentadores indesejáveis.Relativamente à relação entre estas duas situações, podemos ler isto no DN:“A especialização é vista com bons olhos por parte de administração, dando até como exemplo o Sirius, centro comercial da Rua 5 de Outubro, que optou por dedicar a sua actividade ao artesanato. E embora José Ferreira da Silva não esteja muito seguro sobre «se a música dará para tantas lojas» - são mais de 140 -, a verdade é que, «se calhar, uma das soluções passa por encarar o STOP mais para as bandas que aqui fazem ensaios». Até porque, na sua opinião, «quanto mais pessoas se dedicarem ao mesmo, melhor. Atrás de uns vêm os outros».”--Nota de TAF: Apesar de aparecer a data de hoje nesta página do JN, a notícia em si não é de agora.


[apontador directo] publicado por TAF : 19:25


De: Cristina Santos - "Recuperação/investimento"
Caro João Ferreira, em bom português (o que me é difícil):Não sejamos generalistas, alguns desses Centro comerciais já recuperaram da crise, optaram por criar alternativas e manterem-se actualizados.O Centro Comercial de Cedofeita repôs as condições de segurança exigidas, se bem que tenha que manter Extintores, Mangueiras, Cinzeiros presos com cadeados às paredes onde se encontram afixados.O Centro comercial Cedofeita é pequeno, tem um segurança permanente, lojas de telecomunicações, sapateiros, alfarrabistas, chaveiros, botique, quiosque/tabacaria, café, restaurante, lojas de presentes, desde que as condições de uso e segurança foram repostas, só um dos escritórios está desocupado.No Brasília optou-se por contratar equipa de seguranças externa, encerrou-se o estabelecimento «Gama» , alugaram-se lojas a Indianos, as condições de segurança e prevenção são cumpridas, há pequenos espectáculos de colectividades locais ao fim de semana, tem diversas lojas e desde há cinco anos para cá está a recuperar da crise que se havia instalados após a abertura do Cidade do Porto e do via Catarina. O Stop pode ter que especializar-se no investimento: ou opta por espaços fechados sem acesso ao público (como locais de ensaio para bandas) ou manter lojas abertas ao publico. As duas não serão compatíveis, ninguém aluga uma loja, quando ao lado tem uma de vidros pretos, tipo armazém donde resulta um barulho ensurdecedor. Pode realmente optar pela primeira, mudando os usos e reconvertendo o espaço num centro de instalação de pequenas bandas, permitindo ainda pequenas lojas de artigos musicais e uma discoteca, o investimento pode ser por aí, contudo segundo a administração este tipo de investimento e vedação ao acesso público não tem sido rentável. Pode fazer muitas opções, é isso que se pretende que seja um local rentável e que cumpra a regulamentação em vigor. Dou a questão por encerrada e aproveito para felicitar a C.M. Porto pelo Gabinete do Munícipe, a transformação do local foi feita de forma dinâmica, com recurso a materiais acessíveis e resultou num excelente serviço. Cristina Santos


[apontador directo] publicado por TAF : 18:08 "

"De: João Paulo Ferreira - "STOP.... the bullshit!"
Passei pelo Stop, num dia à tarde, poucos dias antes do episódio narrado pela Cristina Santos...O ambiente realmente é deprimente, decadente, uma espécie de "the day after...", um cenário digno de um "Mad Max" candidato ao "Fastasporto"... o que lhe confere também um certo fascinio de marginalidade... passeei pela escuridão dos corredores vazios, subi e desci escadas mas não fui assaltado....O Stop esvaziou-se do comércio dito tradicional (que tantas vezes é bem mais marginal, pela "lavagem de dinheiro" que proporciona), porque surgiram novos "shoppings" na cidade, mais organizados e modernos de uma nova geração que potenciou outro conceito de comércio (graças a "experts" vindos do Brasil e dos EUA) que "mataram" essa 1ª geração, onde a única permissa era a especulação e o lucro fácil com lojas exiguas ...Este sim foi o verdadeiro problema do STOP, do Dallas, do Brasilia, do CC Cedofeita, do Sírius, apenas para nomear alguns... Que fazer com estes mausoléus, é a questão principal? O Dallas continua fechado, o Sirius fez um up-grade para espaços de artesãos e até já conquistou um saída/entrada alternativa para a estação de metro, o STOP deu guarida aos músicos que não têm "amigos" nas rádios, nem nas editoras, ou que simplesmente gostam de tocar nos tempos livres, em vez de ir ao ginásio ou passear pelo Parque da cidade e pela Foz aos fins-de semana...Mas conotar o STOP, com banditismo, antro de marginais, etc.... é um exagero que devemos evitar, pois a delinquência e a violência não nasceram no STOP, mas sim no seio desta sociedade de consumo desenfreado, de gritantes disparidades entre ricos e pobres, de desemprego e miséria que não estamos a conseguir debelar (talvez até se esteja a agravar...) apesar de 30 anos de sonhos e democracia que o 25 de abril nos possibilitou...João Paulo Peixoto Ferreiraaquiperto@netcabo.pt


[apontador directo] publicado por TAF : 13:59 "

"De: Lino Cabral - "Mais 1 vez o Stop"
É evidente que o Stop não é um sítio recomendável a toda a gente. Locais semelhantes são sempre muito instáveis e imprevisíveis que devem ser vigiados de forma a não calcarem o risco. Mas o que para muitos é um fenómeno de vandalismo, infelizmente para poucos é uma oportunidade, como por exemplo, a MTV nasceu precisamente num ambiente de obscuras bandas de garagem e seus seguidores. A obsessão de planificar e direccionar esconde muitas vezes a espontaneidade e a criatividade.Há cerca de 20 anos, surgiu no Porto a Rádio Delírio (lembram-se?). Um grupelho de carolas tipo vândalos do Stop, decidiram emitir clandestinamente a partir de uma torre na Raione. Sucesso total. Bateram todas as audiências! Sem apelo nem agravo. Programas como “O Pinguim Ponderado” ou “Música para Camionistas” e muitos outros ainda hoje são recordados. Mas, como sempre, lá vieram os planificadores profissionais ordenar o espectro sonoro, acabar com a bandalheira hertziana.Admira-me que poucos tenham aprendido a lição.


[apontador directo] publicado por TAF : 18:10 "

"De: David Pinto - "Stop - Broadway..."
"... à moda do Porto"Afinal o CC Stop está mais movimentado do que parece à primeira vista. Não deve demorar muito tempo para que se comecem a fazer nesse espaço autênticos musicais e outros concertos, ao melhor estilo da Broadway. Compreende-se que para já ainda estejam numa fase de ensaios, mas parece que já estou a imaginar aquele shopping daqui a algum tempo. Vai relegar a Casa da Música para um 2º plano, no panorama musical do Porto.Reparem que até tem 2 salas de espectáculos (cinemas) disponíveis para realizar estes grandes eventos. Para que precisamos nós duma Casa da Música, do Batalha ou do Águia d’Ouro? Há que ter uma visão estratégica e investir num local que ainda vai dar muito que falar num futuro próximo. Aproveitem enquanto “as salas de ensaios” ainda estão baratas.PS: Desculpem lá a insistência no CC STOP, mas acho que esta vale a pena.“Benvindo ao StopCentro Comercial Stop no Porto. Este que é talvez o maior viveiro de bandas de garagem em Portugal, recebe os seus visitantes com um "Benvindo" de boca cheia! Para bom entendedor, "qualquer" palavra basta! Lol”David Pinto


[apontador directo] publicado por TAF : 12:50 "

[Retirado do link: http://www.porto.taf.net/arquivo/2005_02_13_blogporto.htm ]


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