sábado, 28 de março de 2009

Slow Motion Beer Walk_entrevista



[24 de Março de 2009]

Verónica – Porquê um elemento feminino na banda?

Sofia – Eles eram muito desoranizados e precisavam de alguém que os organizasse. (risos).


Helder – Não há um porquê. Testamos alguns elementos e não funcionou muito bem. Gostamos da Sofia. Não há um porquê. Nós andávamos à procura de um vocalista masculino ou feminino, não procuramos necessariamente uma vocalista feminina, porque é muito complicado arranjar, há muito mais rapazes a cantar do que propriamente raparigas. A situação caricata é que primeiro quem respondeu ao anúncio foi a Joana dos The Sticks and Stones and The Broken Bones, que na altura tinha um projecto chamado Moody Vice, nós acabamos por falar com ela que depois nos deu um corte daqueles valentes por uma mensagem a dizer que afinal não podia, mas que conhecia uma rapariga que cantava fixe. Fomos tomar um cafezinho ao Rivoli e encontramos a Sofia.


Chico – Muito séria na altura. (risos) (…)


Helder – Isto foi em 2005, início de 2005 e cá estamos nós. A banda formou-se, um elemento de cada vez basicamente. Falei com o Chico, depois o André veio fazer uma jam session e acabou por ficar também, depois é que apareceu a Sofia e no Verão começamos logo a tocar.

Verónica – De que forma é vista pelos restante elementos da banda?


Helder – Houve já quem dissesse que se ela usasse umas t-shirts mais curtas, que era mais fixe.


Chico – E umas mini-saias.


André – mas eu acho que é exactamente igual.


Verónica – O público que vos assiste é maioritariamente masculino ou feminino?


André – O target é o mesmo, masculino ou feminino.


Helder – É maioritariamente músico, muitos músicos. Cá no Porto pelo menos, a malta que aparece num concerto é maioritariamente músico, malta que tem bandas e …há pouco público disponível para ver concertos ao vivo.


Verónica – Isso terá a ver com o vosso estilo de música?


Helder – Sim.


André – Também julgo que sim. Hoje em dia o pessoal gosta mais de música electrónica.

Chico – Mas a quantidade de fâs não músicos está a aumentar muito.


André – Mas isso é mais por causa da exposição, quanto mais exposição tens, mais fâs não músicos tens.

Verónica – O facto de ter um elemento feminino poderá abrir ou fechar portas?

André – Acho que vamos voltar ao mesmo assunto, se ela vestisse umas mini-saias e umas camisolas mais apertadas, se calhar abria mais, mas nós não vamos muito por aí.

Helder – Por acaso vimos uma banda inglesa em que a vocalista estava quase em bikini e aquilo funcionou.


André – Funcionou, não eram nada de especial, mas.

Chico – Abrir portas, não interessa, é ser bom ou não.

Helder – Se formos a ver no mercado, se calhar há poucas bandas rock com um elemento feminino a cantar o género de música que nós tocamos.

Chico - Agora, se ela fosse má não adiantava nada, não nos ia abrir portas nenhumas.

André – Mas eu acho que em Portugal não há o mesmo género de rock com uma vocalista com a atitude que ela tem.


…acerca dos concursos de bandas. Se existe algum preconceito por parte de organizações.


André – Por vezes até há preocupações.


Chico – Até são atenciosos.


Helder – Normalmente temos uma atitude estúpida e não nos levam muito a sério, só depois de verem o concerto é que acabam por curtir a cena, porque de resto…às vezes até parece que nos estão a fazer um favor, por nos darem um palco e um PA para tocar. Mas isso deve acontecer com muita gente, não é só connosco.


Sofia – Mas tem acontecido menos connosco, bastante menos.

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