quarta-feira, 18 de março de 2009

Mantra Projekt_entrevista_[8 de Março de 2009]


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Entrevista feita aos Mantra Projekt acerca da presença do elemento feminino na banda, neste caso uma vocalista.
[8 de Março de 2009]

Veronica – Porquê um elemento feminino na banda?

Nuno – Porque foi ela a fundadora da banda. A Maria é minha irmã e teve a ideia de pegar nos mantras do yoga antigo e passá-los para uma versão rock mais acessível ao público. Falou comigo e dissemos: “-vamos lá.”. Começamos a juntar pessoas, não foi esta a formação inicial, somos só nós os dois de início, e os outros três actuais foram-se juntando, e são benvindos, no entanto a culpa é dela!
Verónica – De que forma ela é vista pelos restantes elementos da banda?
(risos)

Rui – Tendo sido a Maria a começar o projecto, e falando por mim e se calhar pelo Vítor e pelo Nuno (teclas) que vieram posteriormente, nós entramos na banda com a situação de a Maria já estar na banda, não foi recrutada, só tínhamos que conviver com isso (foi um facto), e convivemos muito bem, e ainda bem. Além disso é uma cara muito ‘laroca’, que nos vai ajudar na projecção da imagem, tem muito boa voz que em breve a veremos ao vivo. Mas acho que acima de tudo é um músico como os restantes. Se calhar esse protagonismo ou o facto de haver um elemento feminino poderemos ver mais ao vivo, oportunidade que enquanto esta formação ainda não teve. Devo dizer e pelo vídeo que podem ver no youtube no Cais de Gaia em 2007, que a Maria sabe como também puxar o público.

Nuno – Antes desta banda tive, também com a minha irmã e com familiares um outro projecto de música tradicional portuguesa, mas mais especificamente dos Açores e então aí a Maria só fazia coros, não havia projecção de voz sozinha nem nada e sempre insisti para que ela devia fazer um solo ou cantar sozinha, e ela sempre tímida: “- não, não, não.”. Quando ela disse: “- Vamos fazer uma banda?”, eu disse: “- Sim.” (risos). Assim já não havia volta a dar (…).

Maria – Eu sou muito tímida. E o facto de não haver mais elementos femininos não foi propositado, foi surgindo com pessoas disponíveis, por acaso foram homens, portanto não foi nada contra a ter mais mulheres na banda, gostava de salientar esse facto. (risos)

Verónica - Como é que pensam que o público vos vê, tendo um elemento feminino, neste caso uma vocalista?

Vítor – Depende do público, o masculino está mais receptivo a ver uma vocalista, o feminino também, mas se calhar aprecia mais a qualidade da voz do que a imagem.

Maria – O feminino é mais crítico talvez.

Rui – Eu por acaso estou um pouco expectante em relação ao público, como é que vai aderir, sendo que, no género que praticamos que é rock, que me lembro, em Portugal e mesmo fora, não existem tantas vocalistas rock, quanto a isso, existe pop/rock, rock mesmo não há assim grandes. Bandas que me esteja a recordar agora, existem por exemplo em Portugal boas bandas como frontmens , neste caso frontwomens, como a Sara dos Gift (Sónia Tavares), os Clã, mas assim na vertente mais rock, nós também gostaríamos de saber como é que o público vai aderir ou como é que vai reagir, porque nós verificamos que existem muitas vocalistas, existem projectos, mas mais num pop ou num outro género musical que não rock. Acho que será uma mais valia para o projecto e divulgar o projecto. E estando ligada ao SwáSthia Yôga, ter ainda mais esta particularidade que é ter uma vocalista a cantar rock e a projectar a voz e a focalizar os mantras, por isso, vamos ver como é que corre no futuro. Essa pergunta se calhar vamos responder daqui a alguns meses quando começarmos a divulgar ainda mais o nosso projecto.

Verónica – O público que vos assiste é maioritariamente masculino ou feminino?

Nuno – A presença do público SwáSthia Yôga, ele é maioritariamente feminino, há muitas mulheres inscritas, felizmente (risos), embora o yoga na sua origem era uma filosofia praticada só por homens na antiga Índia. Só que no tempo contemporâneo as coisas vão mudando e as raparigas acabam por se identificar e também faz com que existam várias que nos vêm ver, ou que nos foram ver aos concertos que demos. Há muita mulher a ver.
Mesmo na experiência que tivemos quando tocamos com Equaleft, foi um concerto mais próximo do ambiente do metal, aí era maioritariamente masculino, mas mesmo assim, a receptividade foi muito boa.

Rui – Posso acrescentar é que, estando eu a gerir o myspace, isto no mundo dos amigos virtuais é um bocadinho ao contrário, geralmente temos mais request de pedidos de amizade mais masculino do que feminino, sendo que, e entrando na esfera do universo do yoga, quem nos solicita mais, realmente são mulheres que estão ligadas a esta filosofia. Pessoas que vão pelo projecto e pela música em si, defini que geralmente o público a nível online é mais masculino, por isso vamos ver como é que no futuro corre essa fusão.

VerónicaVocês falavam em concertos em eventos de yoga, vocês tocam maioritariamente em eventos desse género?

Rui – Sim, tivemos um público pré-seleccionado, mas já tivemos a experiência de não tocar para esse público.

Nuno – Por isso é que fiz a resalva, que em alguns concertos que demos, estava inserido num evento de yoga, portanto era o público que estava presente no evento e a receptivo. Nós estamos integrados de certa forma no SwáSthia Yôga, portanto aí juntamos o público e o útil ao agradável, fora a experiência com Equaleft, que se afastou mais e aproximou-se do metal.

Rui – Rock pesadão. (risos)

Maria – Sentimos um pouco de receio desse concerto fora do grupo do SwáSthia Yôga, então não sabíamos, estávamos “sem rede”, como iria ser a reacção, porque aqueles públicos já conhecem (…)

Rui – O facto de eu e o Nuno pertencermos aos Equaleft também, acaba por ser também uma festa. Amigos trouxeram amigos, e é assim que vemos o projecto e para divulgá-los terá de ser também por aí. Usando ou não a Maria como frontmen, neste caso frontwomen (risos), a ideia será divulgar ao máximo o projecto, independentemente do público ou estilos musicais.

Nuno – Um dos outros receios que tivemos logo, principalmente nesse concerto, foi a língua. Os mantras são focalizados em sânscrita, é uma língua morta da Índia e, quando cantamos em inglês ou português, ou qualquer outra mais conhecida, uma pessoa pode ter logo uma receptividade, só que estamos a focalizar uma língua estranha, numa roupagem estranha, inserido num ambiente não tão nosso, ou seja inserido num ambiente de metal, portanto, arriscamos. Também, havia um porto seguro, pois estavam amigos presentes e tudo mais, mas correu bem.

Maria – Eu gostava só de acrescentar que realmente o público feminino dentro do grupo do SwáSthia Yôga foi muito efusivo, principalmente quando vieram ter comigo, elas manifestaram-se mais do que eles por mim, diziam: “-Mantém essa atitude no palco e puxa pelas pessoas.”. Elas é que me vieram dar mais feedback do que propriamente os homens. Elas são mais críticas mas também mais espontâneas e dizem aquilo que pensam. Eu pelo menos senti isso, não sei se vocês (restantes elementos) o sentiram.

Restantes elementos – Sim.

Rui – Sendo que está, para o público masculino, ter uma pessoa como a Maria, tendo imagem, tendo presença, além da voz, em palco ou, não só, fora de palco é muito importante, porque dá para explorar mesmo, não o conceito do feminino, mas, pegar no conceito banda e extrapolar, usar mesmo a imagem e tudo, nós vemos em bandas, neste caso rock The Gathering, Whithin Temptation, em que geralmente quando são vocalistas há sempre ”protagonismo”.
A nível da nossa banda não sentimos esse protagonismo, acho que todos somos uma parte do projecto, não há isso. A nível de explorar depois como estás a falar do rock, a mulher, geralmente, podemos por exemplo, numa pesquisa no google ou publicitar a banda no google, vai-se catalogar a banda como o vocalista feminina, e há muita gente que faz pesquisa no google ou no myspace por vocalistas femininas, ou seja, nós vamos estar mais um bocado destacados das outras bandas porque existem milhões de bandas com elementos masculinos e menos com elementos femininos, por isso, acho que lá está, é uma mais valia.




nota:[adicionar reflexão deste dia]

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